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A nossa aldeia


Malhada do Rei é uma pequena aldeia situada a 4 km da sede de freguesia, Unhais-o-Velho e a 5 km de Vidual de Cima. Dista 25 km a norte da sede de concelho, Pampilhosa da Serra, entre montes, serras (Rocha e Picoto) e ao cimo da Barragem de Santa Luzia, o que lhe dá uma beleza incomparável. Como quase todas as aldeias a norte do concelho é das mais pobres.

História
Da sua origem pouco se sabe, mas consta que nasceu de uma pequena quinta chamada Aziral, não se sabe ao certo há quantos anos. Há documentos que confirmam que em 1783, nesta pequena quinta, constituída por apenas sete famílias que viviam em pequenas casas construídas de pedra e barro (o cimento da época), com telhados de xisto, quase coladas umas às outras, com o fim de se abrigarem dos invernos frios e chuvosos, havia uma capela que tinha como padroeira Nossa Senhora dos Remédios (tradição mais antiga que se consegue apurar e que se mantém ainda hoje, no dia 21 de Novembro dia santo na aldeia). Sabe-se que a sua maior população se fez sentir a partir de 1900.
Economia
Entre 1935/45 as famílias eram bastante numerosas. Houve casos em que quatro famílias, somavam um total de quarenta filhos. As dificuldades económicas eram muitas e a alimentação era escassa. Viviam com o que a terra lhes dava, dependendo dos anos e do tempo. Sempre se cultivou com alguma fartura, o milho, o centeio e o trigo, considerados as principais riquezas da agricultura e base de toda a alimentação, (deles se fazia a broa), castanha, hortaliças, batatas, vinho e leite que apuravam das cabras. A carne era de cabra, por norma, só em alturas de festa; de galinha ,não era todos os dias, porque tinham que pôr os ovos, que serviam de conduto para a broa e fazer gemadas, alimento energético, tomava-se quando o trabalho era mais pesado e quando as mulheres davam à luz; de porco, que se matava uma vez por ano e se guardava na salgadeira para dali se ir tirando todo o ano. O peixe era o escasso bacalhau que se comprava quando o havia ou quem tinha possibilidades disso, as bogas, os achigãs, os bordalos e as trutas que se apanhavam na ribeira e nada mais. Mas nem tudo o que criavam era para comer; muitos destes bens eram a moeda de troca para obter outros produtos que necessitavam. Os ovos, os cabritos, os presuntos do porco, eram para vender ou pagar alguma obrigação a que tivessem dever. Apesar de tudo, havia crise, o dinheiro era escasso; os homens, alguns, trabalhavam nas Minas da Panasqueira, enterrados vivos e a ganharem uma miséria, outros resineiros, que de pinheiro em pinheiro, de lata e espátula na mão, colhiam a resina que deles brotava; outros ainda, no cabeço do Seixo, no Tarrastal, no cabeço do Ásno, na serra da Rocha ou Picoto faziam carvão, das torgas das moiteiras. Como aqui a vida não era fácil e o proveito do trabalho que tinham, muitas vezes era ingrato, houve alguns homens que depois da 1 Guerra Mundial, foram para outras terras à procura de melhores condições de vida. Muitos destes, foram para Évora, para ganharem dinheiro, a trabalhar a cortiça ou na ceifa. Com a construção da Barragem de Santa luzia, se por um lado foi a oportunidade de termos uma estrada e dar trabalho remunerado a alguns homens, na verdade a situação não melhorou, agravou-se ainda mais, porque parte das terras de cultivo, incluindo a própria quinta do Aziral, ficaram alagadas e em troca os lesados receberam míseras indemnizações. As casas e as terras desapareceram e as pessoas foram obrigadas a procurar outras fora do alcance da água da barragem, até então, terras de mato e pinheiros, de difícil amanho, o que não permitiu um rápido desenvolvimento das sementes deitadas à terra. Como se não bastasse, a tudo isto, juntou- se o difícil período de fome, entre 1945/46. A partir daqui, a população manteve-se. O grau de analfabetismo era enorme; não havia escola e o único professor era o ti António Francisco de Almeida, guerreiro de várias frentes de combate a partir de 1914, que mal o deixaram ficar em paz, a partir de 1925, começou a ensinar a ler, a escrever e a contar, na sua própria casa, aqueles que queriam aprender, apenas os homens, porque às mulheres não lhes era concedido esse bem. Elas tinham apenas a tarefa de criar e educar os filhos e trabalhar as terras.

A escola.
A primeira grande obra, erguida pelas mãos do povo, aconteceu em 7 de Outubro de 1952, quando abriu pela primeira vez a escola em Malhada do Rei. Durante o dia, tinha 42 alunos com menos de 14 anos e à noite 33 com mais de 14 e menos de 35 anos. Esta escola, foi posto regente até 1965, passando desde então a oficial. A sua construção resultou de um desafio proposto por órgãos soberanos, que propuseram, caso houvesse uma sala disponível, haver escola em Malhada do Rei. E assim foi: o sino tocou a rebate, o povo juntou-se e com o contributo de todos, foi possível concluir esta obra, que em tudo contribuiu para o desenvolvimento da cultura dos malhadenses. As mentalidades desde aí, alteraram-se e já não se contentavam só com o que tinham; começaram a ser mais exigentes e a querer lutar sempre por mais.
Abastecimento de água.
Na aldeia o abastecimento de água, era feito por uma única fonte de chafurdo, onde todos iam mergulhar o cântaro, e nele levavam a água para a comida, para beberem e cuidarem da sua higiene nas suas humildes casas. Então resolveram, construir em vários pontos da povoação cinco chafarizes e um bebedouro (para os bois, estes que na altura serviam para lavrar as terras). Para tudo isto, a mão de obra dos habitantes, foi muito importante, ajudando a abrir e a fechar as valas por onde passaram os canos. Esta obra foi inaugurada em Novembro de 1958.


 

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